As redações vencedoras da Olimpíada de Língua Portuguesa são:
GÊNERO: CRÔNICA
Título: Nunca é tarde para aprender
Aluno: Anderson Wesley Silva Carvalho - 1º ano "B"
Aqui onde eu vivo, vivem poucas pessoas, pessoas que, assim
como eu gostam da natureza, por isso não se importam se não tem tecnologias,
para elas a natureza é mais importante. Aqui, lugar de paz e harmonia, pois
além de ter gente do bem, existem muitos animais, árvores e jardim.
Em minha comunidade existem vários tipos de animais. Tem
pássaros de todas as cores que embelezam a paisagem e que juntando e que
juntando as cores de cada pássaro pode-se até formar um arco-íris. Tem pássaros
azuis que se confundem com a cor do céu; pássaros verdes a copa das árvores,
pássaros amarelos como o sol e pássaros que são a junção de duas cores: o preto
e o branco, o escuro e o claro.
Existem também vários tipos de flores, de todas as cores e
aspectos. Flores amarelas, rosas, brancas, vermelhas, uma variedade imensa de
cores e formas que encantam quem fica a contemplar tanta beleza. Há Também
muitas árvores, pequenas, grandes, que sempre produzem seus frutos e sombras
para pessoas e animais.
Foi lá, na sombra de uma delas, ao meio dia, que eu
presenciei uma linda cena, cena esta que me emocionou e emocionaria qualquer
ser humano, que assim como eu pode ser um observador. Lá, naquele ambiente
natural, pássaros repousavam com seus filhotes nos ramos daquele cajueiro que
se tornou o palco, naquele dia de sol brilhante, dos artistas, personagens
verdes, uma família de periquitos que me deram uma lição de vida que jamais
esquecerei.
Cheguei, cheguei de mansinho com minha baladeira ou
estilingue nas mãos, pronto para atirar, queria mesmo atirar pedras em algum
passarinho, porém, quando vi aqueles pássaros juntinhos, a mãe carinhosamente
tocando os filhotes com o bico como se estivesse dizendo assim: fiquem
juntinhos de mim, é hora de repousar. E eles entenderem a mensagem e logo se
juntarem aos pais e unidos repousarem, minhas mãos paralisaram, fiquei sem ação
e como se ouvisse a voz de meu avô que sempre me dizia que não é certo tirar a
liberdade dos passarinhos e que meio dia é horário de repouso e me perguntava:
“por que você não vai repousar”?
Aquilo mexeu comigo. Fiquei sentado sob o cajueiro,
analisando aquela cena e viajando nas recordações do meu inesquecível avô. Daí,
passei a refletir sobre a maldade que eu ia cometer. Não, não podia realizar
uma ação tão má. Voltei para casa e, na mesa para o almoço, fiquei parado,
pensando. Minha mãe indagou sobre meu comportamento e eu falei assim:
- Mãe, estou feliz porque aprendi que este é o horário para
repousar em família, aprendi com os passarinhos, mãe, eles estavam repousando
no cajueiro e me deram uma lição de vida. Por isso agora, mãe, eu digo:
Perdoa-me, Senhor! Como fui mau, pensar em tirar a liberdade deles, matando-os.
Perdoa-me, Senhor! E fui repousar. Mas não consegui, pois senti que tinha algo
a fazer. Passei a tarde ansioso para que chagasse o horário de me encontrar com
minha turminha do esporte, no campinho perto de casa. Graça a Deus chegou o
momento e eu não hesitei. Pedi que me ouvissem, pois tinha algo a contar. Foi
então que narrei tudo que aconteceu e pedi que daquele dia em diante não
atirassem nos passarinhos. O melhor foi ouvir em coro: “jamais faremos isto”.
Dali em diante o acordo foi firmado e cumprido. Para todos da comunidade o lema
é: Liberdade! Liberdade! Liberdade para voar e repousar é um direito é um dos
passarinhos!
GÊNERO: ARTIGO DE OPINIÃO
Título: A associação faz a diferença
Aluno: Mateus Barbosa do Nascimento - 2º ano "A"
Jaguaruana – Ceará, TERRA DA REDE, REDE DE DORMIR, de gente
ordeira de descente que soube construir sua vida e história na margem esquerda
do Rio Jaguaribe, sob a poderosa proteção de Nossa Senhora Sant’Ana, padroeira
do município. Lugar de pessoas acolhedoras e hospitaleiras, aliás, este costume
surgiu desde meados do séc. XVIII, época de sua colonização, na qual o Sr.
Simão de Góis e sua esposa Dona Feliciana Soares da Costa costumavam acolher as
pessoas que passavam por suas terras. Até hoje o costume é mantido e vem sendo
repassado de geração a geração.
Aqui os atributos físicos e culturais são diversificados e
de beleza estonteante. Nossa cidade possui as mais diversas manifestações
culturais do Ceará como, por exemplo, a festa de nossa padroeira, os encontros
de bandas de musicas, as tradicionais festas dançantes, o carnaval e outras
mais. No quesito beleza natural ganhamos de diversas cidades, o magnífico Rio
Jaguaribe que aqui atravessa, atraindo banhistas aos domingos e a nossa gente,
pessoas de simpatia e humildade que são de causar inveja.
A economia local é bem diversificada, com lojas, fábricas,
produção agropecuária e recursos minerais, que geram renda para muitos e
riqueza para alguns. Existem também as olarias que são características da
comunidade dos Cardeais, onde donas de casa tiram o seu sustento basicamente da
fabricação de jarros de barro para a venda no comércio local e para exportação.
Temos a “Árvore da vida” a carnaúba da qual pode-se aproveitar de tudo. Seu
tronco pode ser usado como fonte de madeira para a confecção de móveis e de
telhados de casas; as suas palhas são bastante aproveitadas tanto pelo
artesanato para a confecção de bolsas, chapéus, pra a adubação como pelas
fábricas da região com a produção de cera usada na indústria de cosméticos, de
automóveis, de plásticos e indústria eletroeletrônica.
Mas a principal fonte de renda é a fabricação de redes de
dormir que hoje enfrenta dificuldade no setor, pois as vendas diminuíram, por
isso a mão de obra tem que ser barata, gerando cada vez mais desigualdade
social. Os micros produtores estão desistindo da fabricação de redes, devido não
ter como competir com fabricantes de outras regiões como, por exemplo, o Estado
da Paraíba, onde o trabalho é desenvolvido com o apoio de associações e
cooperativas.
A industrialização mecânica é outro fator de peso, que
contribui ainda mais para o enfraquecimento da indústria de redes na cidade,
visto que as máquinas produzem mais peças em menos tempo e com menor
participação humana, ao contrário da produção manual forma característica de
nosso município.
Diversos cidadãos deslocam-se de sua cidade ou até mesmo de
outros estados de origem e vem para o nosso município à procura de emprego e de
melhorias na qualidade de vida, pois possuímos um polo industrial com a
presença de indústria têxteis, cerâmicas, de rede que engrandecem nossa
economia. Porém os mesmo ao chegarem e se depararem com a realidade, percebem
que tudo aquilo que imaginavam era na verdade um sonho, veem uma situação muito
diferente daquela que sonhavam encontrar, por isso perdem a esperança das novas
oportunidades que os movimentam na migração à nossa cidade.
Nossos produtos necessitam de apoio das autoridades
governamentais que ainda não despertaram para o problema, com projetos de
associação, que possa orientar os produtores de redes, tanto em relação à
produção, quanto a vendas na busca de mercado e preços.
Dessa forma vejo que com a criação da associação diversos
problemas podem ser solucionados, como a competição desleal com o grande
produtor e outras regiões, a falta de pessoas para trabalharem, a ausência de
lucros satisfatórios e assim ocorra uma maior geração de emprego e renda para a
população jaguaruanense.
Enfim, percebo que uma cidade com tantos atributos e de uma
beleza excepcional como Jaguaruana fortalecimento dessa indústria que pode
gerar empregos, tirando jovens da ociosidade e do mundo das drogas. Mas apesar
de todos os problemas, posso erguer a cabeça e gritar: SOU JAGUARUANENSE, aqui
sou feliz.